O mercado está um pouco
assustado com as características da Geração Y, e em diversos momentos
observamos o despreparo de gestores e de empresas em promover as mudanças que
se mostram necessárias e urgentes. O que mais se observa é uma constante busca
por modelos que permitam o “enquadramento” dos jovens em processos
organizacionais que foram estabelecidos nos últimos 30 anos.
Todo esse cenário tem pressionado
os jovens a uma constante adaptação em suas escolhas, contudo, as expectativas
atuais da Geração Y são formadas por estímulos intensos e diferentes, por isso,
esse processo de adaptação não é fácil.
Na verdade, o que há é uma necessidade de adaptação diante das
transformações que os jovens promovem a cada geração. O processo não é simples
para ninguém, mas, acredito que haverá um equilíbrio na medida em que essa
geração conseguir posições mais consolidadas, onde possa alcançar maior
maturidade e experiência.
Observando atentamente a Geração Y, podemos encontrar algumas
características muito positivas, tais como:
Energia – ser jovem é ter um elevado estoque de força
e habilidades que, se bem direcionado, promove um grande desenvolvimento
através das experiências.
Ousadia – ser jovem é possuir questionamentos que
podem “quebrar paradigmas” e promover transformações em um mercado muito mais
competitivo, onde as empresas necessitam, como nunca, de inovações.
Curiosidade – ser jovem é explorar o novo sem receios. Em
um mundo cada vez mais dependente de tecnologia, tornou-se comum ver jovens
alcançando grande intimidade com os novos equipamentos e novos processos.
Contudo, é fato que, em um mundo muito mais dinâmico, o jovem
também tem alguns pontos para os quais precisa dedicar maior atenção, pois são
neles que encontrará suas fragilidades e limitações. Alguns pontos são:
Escolhas – para o jovem, é natural ficar inseguro
quando precisa fazer escolhas. Essa geração sempre foi estimulada a vencer,
acertar, ser vitoriosa. Não foi preparada para derrotas, perdas e frustrações.
Como fazer escolhas significa “perder” alguma coisa, o jovem de hoje evita
tomar decisões.
Foco – a quantidade de possibilidades e estímulos
sedutores que o jovem encontra atualmente faz com que ele adote um
comportamento superficial diante de todas as coisas. Sem foco, sua trajetória
segue um ritmo mais lento, inclusive para as próprias expectativas.
Valores – os jovens gostam de saber seus resultados e
gostam de compartilhar. A armadilha se instala quando a competitividade destrói
os valores e os resultados são alcançados no melhor estilo “custe o que
custar”.
Certamente, a Geração Y não é muito diferente de outras gerações.
Como antes, sempre veremos características que apresentam o melhor e o pior de
cada jovem. Cabe a cada um saber explorar suas próprias características,
buscando a melhor estratégia para o seu desenvolvimento.
Sidnei Oliveira
Em Gestalt, falamos que o todo não é a mera soma das partes. Todas
as gerações têm pontos fortes e os que precisam ser melhorados, mas o todo
ainda é maior que a soma dessas características.
O fundamental, profissional e pessoalmente, é apostar no que temos
de bom, claro que buscando desenvolvimento, porém, o desafio é treinarmos o
nosso olhar para perceber o que os outros, nós e a vida, têm de melhor. Lembrei
de uma cena bem interessante do filme “A história de nós dois”, em que um casal
e seus filhos tinham como “exercício” contar, no fim do dia, qual tinha sido a
boa para cada um… Olha o treino aí!
Somente com o autoconhecimento e o cultivo das próprias
características, como o Sidnei menciona, é que nos desenvolveremos, já que só
mudamos aquilo que conhecemos! E também com um novo olhar nos apropriaremos de
quem somos. E você, o que tem de melhor?
Geraldine Ravaglio
É fundamental o entendimento de nossas forças e áreas de
oportunidade, para que possamos estar sempre focados no que é o melhor para
nós. A Geração Y, com as características que o Sidnei bem coloca em seu texto,
trouxe um novo desafio para o relacionamento e a gestão das organizações.
Cabe aos jovens de todas as gerações (apud: Sidnei) entender onde
se encontram os espaços de conflito e buscar ajustar processos e
comportamentos, para que o que aparentemente seria um problema, se transforme
em potencial. Se canalizarmos a energia, a ousadia e a curiosidade para o
aprender, para o inovar, facilitamos nossas escolhas, foco e valores.
Simples? Não, muito complexo, mas não impossível. Basta abrirmos
nossa mente (e coração) para que possamos, cada vez mais, transformar este
momento único que vivemos em experiências e aprendizados que sejam efetivos e
duradouros. Esse será um legado para quem está chegando ao mercado de trabalho.
Paulo Amorim
Não existe característica mais fascinante em ser jovem do que a
perspectiva de ter muito o que viver e a oportunidade de arriscar, se
arrepender e começar do zero. Trata-se de uma fase da vida onde, na teoria, não
carregamos o peso de ter vidas dependendo dos seus proventos e a necessidade de
ter uma estabilidade, que, se perdida, afetaria a vida de terceiros.
Ser jovem é acreditar que não necessariamente a primeira escolha
deva ser a definitiva, apesar da insegurança que sempre cerca o que é novo.
Mas, se os valores e princípios são destruídos em busca de algum
objetivo, não há característica positiva que faça uma geração ter luz própria.
Felipe Maluf
Fonte: Exame.com